Jogo palavras cruzadas
com o Apocalipse
só sei que o meu Bem
é tão Mal quanto o crime
cornices alimentam a fé rasteira,
meu bem, paixão demais é besteira,
porque hoje romance é desdenhar da vida alheia
sonhos enchem de cor o cogumelo e o cipó,
não preciso de almoço ou dó,
você procura crédito e roupa de marca,
traio a mim mesmo se não arrumo uma qualquer
num botequim de estrada,
despida armadura de rei - calcei as botas de viajante
saltando a janela do motel
aonde só o espelho entende a mensagem
de álcool e porrada do nosso amor maldito, neném
Erico y Alvim
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
MEU NOME DE BABY
p'ra caralho é só blues
com a cara cheia
de whisky e porrada
não interessa
quantas putas bolivianas
carreguem a chave da cadeia
embaixo da sunga
a navalha e a conta bancária
e nenhum documento
repete o refrão do nome meu
quem disser azul é o céu
digo não entende nada
vezes nada meu amor
mas se quiser
meu nome de baby
pago até gritar de dor
quem patina no trilho do trem
é só um engano que ficou
em casa por favor
venha mais vezes
tenho prazer em beber da alma
só assim meus olhos enchem de cor
Erico y Alvim
com a cara cheia
de whisky e porrada
não interessa
quantas putas bolivianas
carreguem a chave da cadeia
embaixo da sunga
a navalha e a conta bancária
e nenhum documento
repete o refrão do nome meu
quem disser azul é o céu
digo não entende nada
vezes nada meu amor
mas se quiser
meu nome de baby
pago até gritar de dor
quem patina no trilho do trem
é só um engano que ficou
em casa por favor
venha mais vezes
tenho prazer em beber da alma
só assim meus olhos enchem de cor
Erico y Alvim
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
MOTORISTA da LUA
É na rua que eu lhe vejo
sem-sentido mulher de avessos,
olhando a história do céu
você lembraria
do tempo que rebeldia
passava perto nossos caminhos.
Quando andávamos na lama
saber o percurso do sol fazia
a gente acreditar os ninhos
dos deuses estavam a ponto de cair
as leis do mundo seriam pregadas
por nossas mãos livres de correntes
e nem de longe suspeitávamos um do outro,
éramos viajantes e a estrada nosso espelho sem imagem
Tão fortes as certezas que o vento era nosso aliado,
tão fortes as certezas que a chuva regava nossas sementes,
tão longos os caminhos - nossos carros sempre a sair,
mas logo o mundo ficou real os caminhos eram sem rumo.
Quando você me vir de novo
saiba que eu sou outro,
acorrentado ao caminho errado
ando pelas ruas rasgado de frio
e não reconheço ninguém,
quando paro na estrada
é para ver que o tempo
me fez esquecer de mim,
guiar sob os mistérios da lua
é o destino dos perdidos
vou embora, sou dos viajantes
o que se despede dos sonhos
lavando o rosto no rio ao luar
a verdade crua
quando é dia sou apenas pó
de noite motorista da lua
domingo, 21 de agosto de 2016
ÚLTIMO DESEJO
Venham,
abandonem os carros no acostamento
e nas calçadas, atirem os dentes
e as carteiras no lixo, lamento
e delírio arrombem os cemitérios,
meu corpo permanecerá inerte
alegremente defunto
Meus olhos sirvam de lagoas podres
às borboletas, troquei a estrada
pela sombra, que o meu sangue
alimente os porres loucos dos mendigos
cansei de equilibrar na cólera o sol,
pelas chamas das velas subirei
quem sabe aonde?
Não quero mais viver os meus limites,
extrapolei de vez – melhor o fim,
abro as asas e, trapo de anjo do cortiço
e encontro no esquecimento alívio
deixando como último desejo
uma tocha com o sorriso da amada
espalhando cinzas do que restou dos sonhos
na entrada do meu túmulo vazio
sábado, 25 de junho de 2016
VESÚVIOS
Alegria guia magia
o fogo é uma jóia
da lágrima do olho celestial
vendo você tão mulher
todo querer completa a moeda
a imagem da amada
abre eternidades viris
quando metrópoles precipitam querubins temporários
nos matagais lancinantes
do sexo que só você imageneia
o delírio impõe
radicalidades orais
quando o rock é um deus teimoso
metalurgiando vesúvios
na busca da brasa permanente acesa na coroa do Amor
quando o grito que conta
sacudiu a única intimidade da petulância e do desfavor
aonde a sobra de alimentos é indigna
e o herói é um tipo criminal
eu nada mais tenho a fazer
mas singro os mares cravando velas gigantescas nos pontos cardeais
p'ra que a última declaração do meu Amor por você
faça ao mundo o sentido que um dia sonhei
pois sequer existo depois do Adeus que você me deu
Erico y Alvim
o fogo é uma jóia
da lágrima do olho celestial
vendo você tão mulher
todo querer completa a moeda
a imagem da amada
abre eternidades viris
quando metrópoles precipitam querubins temporários
nos matagais lancinantes
do sexo que só você imageneia
o delírio impõe
radicalidades orais
quando o rock é um deus teimoso
metalurgiando vesúvios
na busca da brasa permanente acesa na coroa do Amor
quando o grito que conta
sacudiu a única intimidade da petulância e do desfavor
aonde a sobra de alimentos é indigna
e o herói é um tipo criminal
eu nada mais tenho a fazer
mas singro os mares cravando velas gigantescas nos pontos cardeais
p'ra que a última declaração do meu Amor por você
faça ao mundo o sentido que um dia sonhei
pois sequer existo depois do Adeus que você me deu
Erico y Alvim
SUDÁRIO
velhas caminhadas e as novas
não dizem nada muito menos
quem é o quê
cigarro de palha enche o saco
maria fumaça é história
p'ra velho dormir
sonhando cara de boi
falo uma língua universal
mas a cara é sempre de chinês
porque o pó da estrada
é só uma letra de canção
saber a hora de partir
é viver odisseias pessoais
de hoje em diante
vago
sem outra bota
do que a de pisar fora
e apenas deixo lembrança
no papel amassado do bilhete breve
o eletrônico em mim
é o anjo que bateu asas
p'ra longe da loucura planetária
e caiu numa lua sem halo
aonde esquecer é pintar o sonho
no sudário
Erico y Alvim
não dizem nada muito menos
quem é o quê
cigarro de palha enche o saco
maria fumaça é história
p'ra velho dormir
sonhando cara de boi
falo uma língua universal
mas a cara é sempre de chinês
porque o pó da estrada
é só uma letra de canção
saber a hora de partir
é viver odisseias pessoais
de hoje em diante
vago
sem outra bota
do que a de pisar fora
e apenas deixo lembrança
no papel amassado do bilhete breve
o eletrônico em mim
é o anjo que bateu asas
p'ra longe da loucura planetária
e caiu numa lua sem halo
aonde esquecer é pintar o sonho
no sudário
Erico y Alvim
quinta-feira, 16 de junho de 2016
SEXO & CIÊNCIA
As personalidades mais luminosas
da minha época dormem na calçada
entre a droga e o estelionato
Esta não é a terra receptiva
ao Anjo condenado a arrastar a sombra
colhendo as laranjas podres da estrada,
esta é uma terra de igrejas negras
- a monarquia réptil
cintila espadas lavradas dos ossos dos inocentes
Eu encontro a filha do negociante de cabeças
apaixonada pelo rei do tráfico
procurando entendimento e significado,
de ouvido colado no poço
esperando alguma notícia real/
aves descem-lhe docemente pelos suspiros
Por onde quer que eu vá
as pessoas trancam as portas
não querem presenciar
o cumprimento das promessas
O chacal crava a lança
no meio do horizonte, é hora
de encarar as possibilidades
As lágrimas de um anjo revoltado
com a escuridão das almas viciadas
materializam a mulher indecifrada
reinando no mundo baixo dos crimes
patrimoniais perpetuados nas escavações
religiosas cuja lógica é o encontro
do Universo com a modernidade
Rufam os tambores do Paraíso
os anjos de Atlântida
gritam nas celas
e a nova esotérica
é esquecida
porque sexo e ciência
dominam os sentidos
Eu não trago disponibilidades
a perfeição reside no esquecimento
Erico y Alvim
da minha época dormem na calçada
entre a droga e o estelionato
Esta não é a terra receptiva
ao Anjo condenado a arrastar a sombra
colhendo as laranjas podres da estrada,
esta é uma terra de igrejas negras
- a monarquia réptil
cintila espadas lavradas dos ossos dos inocentes
Eu encontro a filha do negociante de cabeças
apaixonada pelo rei do tráfico
procurando entendimento e significado,
de ouvido colado no poço
esperando alguma notícia real/
aves descem-lhe docemente pelos suspiros
Por onde quer que eu vá
as pessoas trancam as portas
não querem presenciar
o cumprimento das promessas
O chacal crava a lança
no meio do horizonte, é hora
de encarar as possibilidades
As lágrimas de um anjo revoltado
com a escuridão das almas viciadas
materializam a mulher indecifrada
reinando no mundo baixo dos crimes
patrimoniais perpetuados nas escavações
religiosas cuja lógica é o encontro
do Universo com a modernidade
Rufam os tambores do Paraíso
os anjos de Atlântida
gritam nas celas
e a nova esotérica
é esquecida
porque sexo e ciência
dominam os sentidos
Eu não trago disponibilidades
a perfeição reside no esquecimento
Erico y Alvim
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